Plenária de encerramento da BR Week 2018 falou sobre o varejo 100% digital
Durante uma hora e meia, os participantes da BR Week puderam acompanhar um time de peso falando dos prós e contras do varejo 100% digital na plenária de encerramento do evento. Com o papel de mediador, o sócio fundador da EP&A, Enéas Pestana, introduziu o tema ressaltando a importância do equilíbrio entre o varejo físico e o digital. “Os aprendizados que os canais online trazem no mapeamento da jornada do cliente, na compreensão de seus hábitos e comportamentos precisam ser incorporados pelas lojas físicas”.
Além de Enéas, o debate contou com a participação do diretor executivo do Pão de Açúcar, Marcelo Bazzali; do CEO da Dafiti, Philipp Povel; do diretor de marketing do Bobs, Carlos Eduardo Pollhuber; do CEO da Netshoes, Marcio Kumruian; do diretor geral da Telhanorte, Juliano Ohta; e da diretora geral da Sforza Holding, Maria Carolina Marcondes.
Ao falar de transformação digital, os números mostram que o e-commerce brasileiro tem grande potencial de crescimento quando comparado com outros países: enquanto aproximadamente 10% do varejo total dos EUA é digital, no Brasil esse índice fica em torno de apenas 3%. “O que falta para o varejo físico brasileiro é entender que o e-commerce é um aliado e não um concorrente”, afirmou Bazzali.
Enéas também abordou o perfil do novo consumidor, que, segundo ele, está muito mais conectado e antenado e questionou se essas novas gerações estão acelerando a transformação digital. “Os novos clientes demandam rapidez e dinamicidade, além de terem uma forte interação com o online. O varejo precisa se adaptar a isso e atingir esses clientes antes mesmo da compra”, explicou Maria Carolina. Ainda complementando o assunto, Bazzali disse enxergar uma geração mais engajada “É um público mais consciente e que busca marcas com propósitos”.
Outro ponto abordado durante o painel foi a importância de se conhecer o seu consumidor e entender os seus hábitos para poder, assim, oferecer uma melhor experiência. “É fundamental priorizar o cliente em todas as suas decisões”, disse Enéas e para Ohta os dados são um grande aliado do e-commerce para conseguir melhores informações do seu público. “É muito interessante ver o cuidado do digital com os dados e a quantidade de informações novas que são extraídas. Essa é uma coisa que o varejo físico não trabalha”.
Segundo Pollhuber, ao ter uma parceria com o digital, o varejo físico será capaz de conhecer melhor o seu consumidor. “Se você conseguir olhar individualmente para o seu cliente e conhece-lo, você é capaz de fazer uma oferta mais relevante em um ambiente muito mais propício”. Como complemento, Kumruian afirmou ver o varejo físico como uma ponte de experiência para o e-commerce.
Os participantes foram unânimes em afirmar que a transformação é inevitável e que é preciso preparar o seu time para um varejo que, apesar de ainda olhar com timidez para a digitalização das operações, busca cada vez mais o disruptivo. “Você não transforma nada se o seu time não compra a ideia. Mas, uma coisa é certa, o varejo está mudando e é preciso se preparar”, finalizou Enéas.